Escrito por Karina Souza
Quando se fala em crise
humanitária, é quando uma situação de emergência afeta uma comunidade inteira
ou um grupo de pessoas de uma região específica, por estar sob situação de
mortalidade e desnutrição, contágio de doenças e emergências sanitárias.
E quando falamos em genocídio,
falamos em extermínio deliberado total ou parcial de uma comunidade, grupo
étnico, religioso, racial, enfim é a destruição de população ou povos.
A covid 19 desencadeou algumas
crises humanitárias mundo afora e os danos causados pelo coronavírus em âmbito
global não demoraram a chegar, agravando ainda mais essas crises.
Há inúmeros fatores que geram uma
crise humanitária, como por exemplo, os motivos políticos. Conflitos e guerras
civis além de morte e fome, geram uma crise de refugiados. Num passado recente,
final de 2019 quase 80 milhões de pessoas em todo mundo tinham sido obrigados a
se deslocarem de seus lugares de origem devido a conflitos. Esses dados são da
ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados).
Quando falamos em genocídio,
falamos de um termo criado para um conceito específico, com o intuito de
designar crimes e ponto. Esses crimes trazem o objetivo de eliminação da
existência de grupo étnico, racial ou religioso.
Raphael Lemkin foi o responsável
pela criação desse termo. No ano de 1944 buscando palavras para descrever as
políticas nazistas de assassinato sistêmico dos judeus, criou a palavra
genocídio, que é a combinação de um pedacinho de uma palavra grega com outra
palavra latina. Palavra grega geno- que significa raça ou tribo,
com a palavra latina cídio, que quer dizer matar.
Depois da criação dessa palavra ele a definiu como um plano de ações coordenadas com o objetivo a destruição dos alicerces fundamentais a vida de grupos ameaçados com o único objetivo de aniquilação.
Ou seja, assassinato de membros de grupos, causar danos a integridade física ou mental, impor deliberadamente ao grupo condições de vida que possam causar sua destruição total ou parcial é genocídio.
Isto posto, o que está acontecendo
debaixo de nossos narizes com o povo Yanomami é genocídio.
Eles habitam o extremo norte da
Floresta Amazônica e suas aldeias estão dispostas na fronteira entre Brasil e
Venezuela. Os Yanomami habitam a muito
tempo, essa região e o isolamento possibilitou a proteção desse grupo indígena.
Os indigenas yanomae, yanõmami, sanima e
ninam, compõe um grupo linguístico super importante, sendo considerada uma das 10 maiores etnias indígenas do Brasil.
No que tange a religiosidade, a pratica
dos Yanomami reúne elementos típicos da cultura dos indígenas, como a
realização de rituais com chás que fazem com a as entidades espirituais sejam
vistas. Os pajés consagram as divindades desse povo, e é sabido (além de lindo
) que a crença religiosa dos yanomami e aborda aspectos da natureza local.
As estimativas mais recentes,
dizem que existe cerca de 255 aldeias de população yanomami, que
contabiliza um total próximo de 20 mil yanomamis apenas no território
brasileiro. Em alguns portais de pesquisas, indicam que essas dados são
inconsistentes mas Eu particularmente não acredito a diferença seja muita,
devido ao tamanho do território Yanomami.
O isolamento dos Yanomami foi
benéfico para o desenvolvimento de hábitos próprios que favoreceu a conservação
das práticas deve povoado indígena.
Os Yanomami possuem vasto
conhecimento botânico da Floresta Amazônica (consegue imaginar a importância
disso?). A alimentação também segue a oferta de plantas e animais existentes na
Amazônia, como o consumo de frutas e
peixes.
O homem Branco e seu poder de destruição
O contato com o homem branco deu-se
no século XX, que é recente, e é aí que
tudo começa a dar errado, já vimos isso, quando chega o homem branco, sempre
chega para fazer estragos e trazer desgraça.
No decorrer dos últimos anos, o
povoado yanomami vem sofrendo diversos ataques por conta de ações de grupos
econômicos nas terras em que estão suas aldeias.
A terra Indígena Yanomami, tem aproxidamente 9,6
milhões de hectares, sendo considerada maior terra indígena do Brasil.
Infelizmente, a ação de
garimpeiros, madeireiros, agropecuaristas
nas terras dos yanomamis representam
tudo de pior que poderia acontecer com esse povo e a ausência de políticas
públicas prejudica as condições de sobrevivência desse povoado indígena.
A presença além de assustar com
sua feiura, as práticas realizadas levaram para esse território mudança em seu
cotidiano. A chegada desse mal contribuiu para a transmissão e
disseminação de doenças, morte e desnutrição.
Neste estudo, foi apontado apontam que a atividade mineraria, principalmente o garimpo, é responsável pela contaminação da água, diminuição da caça, pesca e de outras atividades ligadas à subsistência dos indígenas. Saiba mais.
Desde o início do seu contato com o homem branco, o povo Yanomami vem sofrendo muita coisa que Eu não consigo transpor em palavras e isso tudo debaixo de nossos narizes.
O Secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro Alves afirmou que a comitiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania recebeu informações de que ao menos 30 meninas e adolescentes Yanomami estão grávidas de garimpeiros. E ainda dizem que a miscigenação é linda. Sabemos a que custo o povo indígena e o povo preto foi miscigenado.
Não há outro termo a não ser
genocídio para o que o povoado Yanomani está vivendo. A história se repete e os
predadores são os mesmo.
