Que tipo de mulher branca você é?

 Se você não conhece nenhuma, pode ser porque é uma delas



Nos últimos anos, as mulheres brancas vem ganhando destaque social perpetuando o legado de racismo, violência e opressão criado pelo homibranco.  Sejam feministas ou anti-feministas, dentro ou fora do padrão, tem sempre uma no mercado de trabalho, no veganismo, nas religiões ou em qualquer lugar da sociedade oprimindo e discriminando. 


Vamos conhecer alguns tipos muito comuns:


Sinhá Clássica


Mulher branca mais velha com poder social, profissional ou financeiro. São as descendentes das mulheres dos senhores de engenho com todo seu ódio e mesquinhez contra principalmente mulheres pretas e pobres. São as personagens principais do arquétipo das patroas das páginas  Ela é só a Babá e Eu Empregada Doméstica. Costumam dizer que agem em nome do deus, são casadas com o cidadãos de bem e gostam de movimentar o Poder Judiciário para encobrir seu racismo.


Sinhazinha



Costuma ser a filha da sinhá clássica, jovem que já utiliza seu poder para discriminar e humilhar. Muitas são gratiluz e progressistas. Em comum são escrotas com mulheres não-brancas e costumam praticar o vitimismo e se colocarem sempre como frágeis para gerar empatia enquanto praticam suas maldades.  Costumam chorar quando confrontadas. São duas as subcategorias de sinhazinha:


Como mulheres brancas usam lágrimas estratégicas para silenciar mulheres racializadas


Sinhazinha da Esquerda





De esquerda, feminista, vegana e racista, ela propaga os valores da Esquerda enquanto a sua empregada doméstica lava suas roupas.


Sinhazinhas do Axé



Praticam religiões de matrizes africanas, em geral são filhas de Iemanjá ou de Oxum e apoiam o pai de santo quando expulsar mulher preta do terreiro se não ensinar sinhá como não ser racista. Uma frase comum desse tipo de sinhazinha é: Orixá não tem cor.  Costuma usar turbante ou seus cabelos cacheados para invocar sua negritude reversa.

Karen



Karen é um fenômeno antigo mas que está sendo mais propagado e documentado atualmente na América. É aquela mulher branca que conta com a estrutura das instituições para fundamentar seu racismo. Elas querem falar com o gerente quando não são tratadas como acham que devem ser em uma loja, chamam a polícia quando fingem ser ameaçadas por alguém na rua e se sentem no direito de te abordar e despejar o que pensam em qualquer situação. É um tipo similar à sinhá e sinhazinha encontrado principalmente nos Estados Unidos.

Barbie



É a patricinha branca, mimada, que tudo o que tem é porque mereceu, não por gerações e gerações de privilégios, exploração e desigualdade. É partidária da meritocracia e muitas vezes flerta com a negritude de forma aventureira como imersão à uma cultura exótica. Foi criada por uma babá preta que é quase da família mas que dorme no quartinho dos fundos junto com suas botas de ski. 


Suzi



É uma cópia mais barata da barbie, também conhecida como brancapobre. Tem poder de opressão, mas não tem a grana e o status da barbie. É facilmente encontrada trabalhando como recepcionista e vendedora de lojas onde que adoram discriminar pretos mesmo tendo muitos na família, e outros brancos pobres como ela.  Na imagem a representação clássica da suzi que é branca pobre e discrimina outra branca pobre em nome do interesse do branco rico.


Palmitas



São mulheres brancas que se consideram mais pretas que mulheres pretas por se relacionarem com homens pretos. Muitas passam por uma transformação física para enegrecer seus traços e estética e costumam se posicionar erroneamente no local de fala de mulheres pretas. Algumas tem filhos pretos que também usam como desculpa para seu racismo e na primeira oportunidade discriminam mulheres pretas.


Musa Abstrata



Essa mulher pode ser qualquer uma das descritas acima, porém é no carnaval que ela se manifesta com mais força sendo uma musa abstrata. Seja como rainhas de bateria, ou fazendo blackface de cabelo, elas fazem cosplay de preta para ter destaque no carnaval, que dizem ser uma festa de todos (cada vez menos dos pretos).


Se você não se identificou com nenhuma dessas mulheres, parabéns! você está no caminho certo. Mas atenção, porque uma característica comum a todas essas mulheres é a negação de seus privilégios de mulheres brancas e a negação de seu papel na propagação do racismo.






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“‘I want to talk to the manager”