Como fazer a revolução sem fazer muito esforço 2

Continuando nosso manual de boas práticas linguisticas de motivação revolucionária, um assunto polêmico: devemos ou não corrigir as pessoas em público? Vale a pena comprar briga?

Um dos traços mais importantes do racismo e machismo brasileiro é a representação liguística "cordial". Ficou difícil? É assim, aquele que chama uma mulher negra de morena,  o que faz questão de citar numa conversa que fulano é gay, essas coisas que às vezes passa desapercebidas, porque o cara já não é o gênio e ainda não tem má intenção, ele nem percebe. Não estou falando que não existe motivação por trás de toda escolha linguísticas, mas gente, vale a pena entrar em todas as brigas?

Eu tenho PAVOR, pânico, ojeriza, asco que me chamem de morena que é machista e racista ao mesmo tempo. Com a vida eu aprendi que às vezes, ignorar o sujeito é mais efetivo do que ensiná-lo. Já fui acusada de ser complacente com racistas por causa do afeto, mas sabe, não tenho saco de dicutir com todo idiota que se plantar na minha frente com esse papinho. Tipo, tem internet na casa do cara, ele que vá se informar.

Eis nosso segundo princípio:

2 – Corrija as pessoas ignorantes, mas nem sempre os idiotas

Há uma diferença: tem gente que é ignorante do mal, mas às vezes a pessoa simplesmente não sabe. Coitada. Não dá pra saber tudo. Neste caso, creio que vale a pena partilhar conhecimento, chamar o debate amigável. Não precisa trolar tooooodas às vezes.
Se o cara te fala uma merda machista do tipo “mulher só gosta de véio com dinheiro” (baseado numa história real ), você tem duas opções:
a) Verificar o contexto cultural em que o indivíduo atua,  suas intenções (quer ofender ou quer apenas falar, porque falar todo mundo fala) e relevar. Pra que discutir com um homem, brasileiro, que assistiu novela durante 60 anos, não leu um livro, não se interessou em analisar criticamente nada na sua vida, mas é um cara simpático que só está falando. Não vale a pena.  Regozige-se em silêncio no seu íntimo
b) Ir pra cima independente da situação. Mas mesmo neste caso, seja gentil. Não custa nada e é mas fino.